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Perfis do POF, site de paquera parente do Tinder, estão à venda na Internet

Você deveria pensar duas vezes antes de se cadastrar em uma plataforma online de namoro. Segundo apurou o grupo ativista Tactical Tech de Berlin, as chances de todas as informações e fotos que você colocar nesses sites e apps pararem em mãos erradas é grande, especialmente se você usa ou já usou o POF (Plenty of Fish), site de paquera de propriedade da mesma empresa que controla o Tinder.

O Tactical Tech encontrou um site chamado USDate.org na internet que vende pacotes com milhões de perfis reais de usuários de sites de namoro por pouco mais de US$ 100 cada. O grupo então adquiriu um desses pacotes para conferir a autenticidade desses perfis.

Todos os perfis foram tidos como reais e estava no ar no POF

Dezenas de pessoas dentro do pacote comprado foram destacadas aleatoriamente para que a equipe alemã conferisse a autenticidade das fotos e outras informações fosse verificada. Todos os perfis foram tidos como reais e estava no ar no POF.

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Esses dados foram colhidos em maio de 2017, mas só agora o Tactical Tech conseguiu publicar seus achados. Dentre os perfis comprados naquele único pacote, destacou a pesquisadora Joana Moll, 10,2 mil eram de usuários brasileiros do POF.

O Plenty of Fish foi criado em 2003 no Canadá e comprado em julho de 2015 pelo Grupo Match, que é dono de marcas como Tinder, OkCupid e muitos outros. O POF é um dos maiores serviços de encontros da empresa, com mais de 150 milhões de usuários.

A política de privacidade dessa plataforma prevê que os dados dos usuários podem ser compartilhados com outros serviços do Grupo Match, mas diz que as informações privadas ou identificáveis dessas pessoas jamais serão enviadas para terceiros.

Nós não vendemos informações pessoais identificáveis dos usuários e nunca vendemos perfis para qualquer organização

Mesmo com isso, surgiu a suspeita de que o POF teria vendido seu banco de perfis para outros apps ou simplesmente sido hackeado. “Nós não vendemos informações pessoais identificáveis dos usuários e nunca vendemos perfis para qualquer organização. Qualquer tentativa do USDate de nos colocar como parceiros é notoriamente falsa”, disse um porta-voz do POF ao O Globo.

Por conta dessa negativa, não se sabe exatamente como esses milhões de perfis foram parar na internet — e olha que não estamos falando de deep web ou qualquer coisa parecida, sendo que o USDate é um site comum legalizado.

Raquel Rennó, pesquisadora brasileira do Tactical Tech, contou ao jornal carioca que empresas que estão iniciando no mercado de encontros online normalmente compram esses pacotes de usuários de empresas já estabelecidas para atrair pessoas à suas novas plataformas.

Empresas que estão iniciando no mercado de encontros online normalmente compram pacotes de usuários de sites já estabelecidos

Além de violar a privacidade dos usuários, essa prática também pode ter um impacto negativo da vida das vítimas. A homossexualidade, por exemplo, ainda é crime em alguns países, e essas pessoas podem ser expostas por acidente e terem problemas quando alguém compra esses pacotes de perfis.

Os dados também revelam quem fuma e bebe, além de várias outras informações pessoais que podem ser usadas por planos de saúde para aumentar a mensalidade dos consumidores ou mesmo negar atendimento no futuro.

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