Quem é que não gosta de carinho, de beijo ou de um abraço apertado?

Mas, olha, esses gestos não são apenas demonstração de afeto não.

O toque afetivo pode ter um impacto enorme na sua saúde e bem-estar, concluíram os cientistas.

O problema é que, atualmente, no mundo ocidental, o toque físico tem se tornado cada vez mais restrito.

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E especialistas já expressam preocupação.

Antes de qualquer coisa, porém, é importante dizer que, como os pesquisadores da Finlândia observaram em um estudo publicado no ano passado, o fato de o toque afetivo produzir um efeito positivo ou negativo é altamente dependente do contexto em que ocorre.

“O toque não leva universalmente a emoções positivas”, explicam.

Por exemplo, as diferenças culturais podem fazer com que o toque seja mal interpretado pelo outro (que não está acostumado com demonstrações físicas de afeto).

Ao mesmo tempo, a pesquisa também descobriu que o toque é importante para os humanos quando se trata de comunicar emoções e manter relacionamentos – românticos ou não.

Mas por qual razão o toque é tão importante?

Estudos demonstraram que as crianças – assim como os bebês de primatas não humanos – que crescem sem o toque afetivo têm graves problemas de desenvolvimento e são incapazes de se relacionar socialmente.

Tocando, e sendo tocados, ativam áreas específicas do nosso cérebro, influenciando assim nossos processos de pensamento, reações e até respostas fisiológicas.

Por exemplo, um estudo relata que exames cerebrais revelaram que o toque afetivo ativa o córtex orbitofrontal, uma região do cérebro associada ao aprendizado e à tomada de decisões, bem como a comportamentos emocionais e sociais.

Alguns experimentos também sugeriram que beijos românticos são uma ferramenta importante – especialmente para mulheres – quando se trata de escolher um parceiro, porque a saliva de um indivíduo transmite informações importantes ao cérebro sobre sua compatibilidade fisiológica.

E não é só isso: o toque também pode ser reconfortante e tranquilizador para uma pessoa em perigo, já que pode significar apoio e empatia.

Um estudo da Suécia – publicado na revista “Pesquisa sobre Linguagem e Interação Social” – descobriu que abraçar e acariciar crianças em sofrimento tem um efeito calmante para elas.

A interação e a coordenação envolvidas nesse cenário permitem que a criança em sofrimento reconquiste uma sensação de segurança e tranquilidade.

Os cientistas reconhecem que o toque tem um valioso potencial terapêutico.

Um estudo constatou que as mulheres que ofereciam o toque físico como símbolo de apoio aos parceiros apresentavam maior atividade na área do cérebro envolvida no sistema de recompensa.

Então, oferecer um abraço reconfortante a uma pessoa que está sofrendo ou sentindo-se mal pode realmente beneficiar tanto o receptor quanto o doador.

Além disso, uma série de estudos realizados por pesquisadores holandeses mostrou que abraçar poderia aliviar os sentimentos de medo existencial de uma pessoa e remover a insegurança de si mesmo.

“Nossas descobertas mostram que até tocar um objeto inanimado – como um ursinho de pelúcia – pode aliviar os medos existenciais”, explica o pesquisador Sander Koole, da Vrije Universiteit Amsterdam, na Holanda.

Incrível, não?!

E não só a parte psicológica e emocional de uma pessoa é afetada pelo toque.

Os benefícios do toque afetivo são sentidos também pela saúde física, mental e relações sociais.

Um estudo publicado na revista Psychological Science sugeriu que a sensação provocada por abraços compartilhados realmente tem um efeito protetor contra infecções respiratórias.

Além disso, entre as pessoas que ficaram doentes, aqueles que receberam apoio emocional na forma de toques afetivos mostraram sintomas menos graves de infecção.

Outros estudos mostraram que, em casais românticos em que os parceiros compartilham frequentes abraços, as mulheres tendem a ter menor pressão arterial e frequência cardíaca, o que sugere que esse tipo de contato pode beneficiar o coração – literalmente, não apenas metaforicamente.

Beijos românticos também ajudam a impulsionar o sistema imunológico, segundo a pesquisa.

Quando nos beijamos, transferimos “80 milhões de bactérias por beijo íntimo de dez segundos”, relatam os cientistas.

Isso pode soar nojento, mas é benéfico, acredite.

Essa troca microbiana age quase como uma vacina, familiarizando o sistema imunológico com potenciais novas ameaças bacterianas e fortalecendo sua eficácia contra uma gama mais variada de patógenos.

Por fim, o toque é muito eficaz ainda quando se trata de aliviar a dor física.

Massagens terapêuticas podem ser uma ótima maneira de acalmar todos os tipos de dores (desde as dores de cabeça até dor nas costas).

Uma dica é andar de mãos dadas com o seu parceiro, por exemplo.

Uma pesquisa publicada na revista Scientific Reports, em 2017, mostrou que se dois parceiros se tocam e um deles experimenta dor leve, o toque realmente diminui a sensação de dor.

Em outro estudo – apresentado no início deste ano na revista PNAS – a equipe observou o mesmo efeito em grupos de jovens casais quando eles estavam de mãos dadas.

Parece que o toque tem mesmo um impacto mais poderoso em nossos cérebros e em nossos corpos do que poderíamos imaginar.

Por isso, é importante estar plenamente consciente de como algo tão simples como um abraço pode alterar nossa percepção do mundo e dos outros.

Este blog de notícias sobre tratamentos naturais não substitui um especialista. Consulte sempre seu médico.

[in:curapelanatureza.com]



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